domingo, 9 de novembro de 2008

Paris: Un tour de bateau sur La Seine

Um passeio pelo Rio Sena a bordo do Batobus, sistema que permite subir e descer do barco quantas vezes o passageiro quiser dentro da validade da passagem. O percurso abrange um circuito de vai da Tour Eiffel dá a volta a Île St. Louis e volta para o ponto de partida, onde o circuito se inicia novamente.

Na área de Paris o Rio Sena é atravessado no dias de hoje por 35 pontes, o passeio com o Batobus segue por baixo de 23 pontes e passarelas.

As pontes do Sena evoluíram com o tempo e se tornaram somente pontes, pois na idade média algumas delas também eram usadas como base para edificações, casa e lojas, como mostra o desenho antigo da Île de La Cite em 1609 abaixo (este tipo de uso de pontes foi banido em Paris por um édito no fim do século XVIII)
O mesmo ocorreu em várias outras cidades européias como, por exemplo, Londres, Roma e Florença. Restaram poucos exemplos deste uso das pontes nos dias de hoje, mas Florença ainda possui uma ponte assim a “Ponte Vecchio” um belo exemplo de ponte medieval, como se pode ver na foto atual abaixo que mostra a ponte inserida no contexto desta linda cidade italiana:


As pontes também serviam para fronteiras de cobrança de pedágios, incluindo aqueles pela pura e simples passagem de pessoas. Como curiosidade a “Pont au Double” na Île de La Cite recebeu este nome devido à diferente tarifa paga pelas pessoas que passavam por ela. Uma das versões históricas comenta que os pacientes do hospital Hotel-Dieu próximo (o mais antigo hospital de Paris) pagavam tarifa simples e para quem não era paciente a tarifa dobrada...

As pontes sempre foram objetos estratégicos e muitas vezes de ostentação. Para verificar o percurso feito pelo Batobus e ver os nomes das pontes na sua seqüência ai vai um breve vídeo para facilitar as coisas:
No caso ora relatado o passeio foi iniciado e concluído na altura da Pont D’Iena, na altura da Tour Eiffel, e a partir se passou por baixo das pontes na seqüência mostrada no vídeo acima, se bem que o sistema do Batobus permite entrar e sair em qualquer uma de suas paradas.

Cada uma das pontes e passarelas tem a sua história de evolução através dos séculos e na maioria dos casos a ponte que se vê nos dias de hoje é totalmente diferente de suas versões anteriores. Algumas pontes têm aspectos especiais como àquelas que serão rapidamente comentadas a seguir:

Uma das mais belas pontes fluviais do mundo é sem dúvida a Pont Alexandre III . Esta ponte foi inaugurada pelo último Tzar russo, Nicolau II, que também foi quem colocou a primeira pedra fundamental, em 1900 para comemorar a aliança Franco-Russa. O seu nome é uma homenagem à memória do pai de Nicolau II. Atravessa o La Seine entre os 7o e 8o distritos (arrondissements), da Esplanade des Invalides à Avenida Winston Churchill, que conduz à Avenida Champs-Elysées. A sua colocação permite uma vista verdadeiramente privilegiada, e permite passeios maravilhosos com qualquer tempo.

A construção da ponte, num misto de estrutura pré-fabricada em aço e concreto, projetada pelos arquitetos Résal e Alby, levou quase três anos. A estrutura pré-fabricada depois de produzida numa fábrica distante foi transportada e montada por um grande guindaste.

Uma das exigências para a ponte era que não deveria obstruir a vista entre os Invalides e os Champs-Elysées. Isto levou a um projeto de uma ponte muito baixa com 40 metros de largura e um lance único de 107.5 metros de comprimento e uma altura de somente 6 metros.
Nas fotos da composição abaixo podem ser vistas algumas das esculturas, detalhes decorativos e postes com luminárias ricamente ornamentadas da ponte. Diversos artistas contribuíram para esta obra-prima, como Henri Désiré Gauquié, Léopold Morice, Abel Poulin e Grandzlin. As quatro colunas altas com as estátuas douradas em seus topos são uma das características originais desta ponte maravilhosa.

Uma das pontes especiais do Sena e a Pont Neuf (Ponte Nova) cujo nome hoje em dia pode levar a enganos, acontece que ela é a mais antiga das pontes do Sena (todas as outras são construções ou reconstruções mais recentes do que isto). Ela não foi terminada antes que 1604 sob o reinado de Henrique IV, em seqüência às dificuldades no financiamento, perturbações de Guerra de Religiões e outras desordens políticas. Os trabalhos, dirigidos inicialmente pelo arquiteto Baptiste Androuet du Cerceau, seguido por Guilherme Marchant, duraram 30 anos.
Os trabalhos foram interrompidos pelas guerras de Religião, de 1588 para 1599. Henrique IV, que inaugurou a obra em 1607, batizou esta ponte com o nome Pont Neuf , nome que atravessou os séculos. Foi a primeira ponte de pedra sem casas, guarnecida com calçadas. Descansa sobre 12 arcos em alvenaria, sendo sete sobre o grande braço do Sena e cinco sobre o pequeno braço. Os seus flancos são ornados de 381 mascarons, espécies de máscaras com caretas (grimaçantes), umas diferentes das outras.

Ainda falando do aproveitamento das pontes como sustentação de casa e comércio na idade média há o exemplo da Pont au Change, situada no braço direito, cruza o Sena de Chatelet até a Île de la Cité. Ganhou o nome de Pont au Change (Ponte da Troca) devido a todos os tipos de negócio que eram feito na ponte antiga, na idade média, em que os ourives e os agentes de câmbio construíram suas lojas e casas sobre a ponte. Convém lembrar que o negócio na base da troca, escambo, era muito difundido naqueles tempos, daí a Pont au Change. Em um quadro antigo se pode ter uma visão incrível do que isto queria dizer. No que se refere à ocupação do espaço sobre a ponte. A ponte atual remonta a 1859, mal dá para acreditar como é que a ponte conseguia ficar em pé com toda aquela carga.

Como já foi dito, cada ponte, cada passarela, tem sua história para contar, é um mundo próprio este das Pontes do Rio Sena, mas vamos fazer o passeio de barco e conferir como elas estão hoje em dia, em muitos casos muito diferentes de suas ancestrais passadas:
O fundo musical é música de acordeon, executado por André Verchuren, uma lenda francesa no que se refere a este instrumento. Ele executa várias peças de seu vastíssimo repertório.
Na apresentação do mapa de percurso da rota do Batobus o fundo musical é a musica “La Belle Vie” cantada pelo autor Sacha Distel.

domingo, 2 de novembro de 2008

Paris: La Tour Eiffel... quelques images

A torre Eiffel é uma estrutura imensa em ferro que foi erigida para a exposição de Paris de 1889. O Príncipe de Gales (depois rei Edward VII da Inglaterra) oficiou a cerimônia de abertura desta exposição. 

Das 700 propostas submetidas em um concurso para a escolha do projeto, uma foi escolhida de maneira unânime, foi a criação radical do engenheiro estrutural francês Alexandre Gustave Eiffel (breve biografia abaixo), que foi assistido no projeto pelos engenheiros Maurício Koechlin e Emile Nouguier, e pelo arquiteto Stephen Sauvestre.



Entretanto, a controversa torre suscitou algumas reações fortes, e uma petição de 300 nomes - incluindo aqueles de Guy de Maupassant, de Émile Zola, de Charles Garnier (arquiteto da Opéra Garnier), e de Alexandre Dumas filho - foi apresentada ao governo municipal, protestando contra a sua construção. A petição dizia: " Nós, os escritores, os pintores, os escultores, os arquitetos e os amantes da beleza de Paris, protestamos com todo nosso vigor e toda nossa indignação, em nome do gosto francês e arte e história francesas postas em perigo, contra esta inútil e monstruosa Torre Eiffel."
Resposta de Gustave Eiffel (na íntegra por ser brilhante e por ter se comprovado no tempo):

 “Eu direi a todos vocês o eu que penso, e tudo que eu espero. Quanto a mim, eu acredito que a torre terá sua própria beleza. Será que as pessoas pensam que, porque nós somos engenheiros, beleza não é levada em consideração no que nós construímos, que se nós apontamos para o contínuo e durável, nós não fazemos ao mesmo tempo nosso máximo para conseguir a elegância? Será que as condições reais da força não são sempre compatíveis com as condições ocultas da harmonia? O primeiro princípio de estética arquitetônica é que as linhas essenciais de um monumento devem ser determinadas por ele ajustando-se perfeitamente em um arranjo. Mas que circunstância eu precisei considerar no caso da torre? Resistência ao vento. Bem, eu mantenho que as curvas dos quatro arcos da base do monumento, baseados em cálculos, começando com o fundamento enorme e não utilizado na base, estão se afilando até a cimeira, darão uma grande impressão da força e da beleza, porque transportarão aos olhos o arrojo da concepção em sua totalidade. Similarmente, os numerosos espaços vazios que são parte do projeto, parte dos mesmos elementos que entram na construção, serão fortes testemunhas sobre a constante preocupação de não sacrificar de maneira inútil superfícies deixadas à mercê de tempestades impondo riscos à estabilidade da edificação. Além do mais, há uma atração nas coisas colossais, um encanto especial ao qual as teorias da arte ordinária dificilmente se aplicam. Nós manteremos que é por causa de seu valor artístico que as pirâmides têm ateado fogo à imaginação dos homens? Apesar de tudo, elas são qualquer coisa diferente do que elevações artificiais? Contudo que visitante permanece imóvel em sua presença? Quem não retornou de lá cheio de uma irresistível admiração? E qual é a fonte desta admiração, se não a imensidão do esforço e da grandiosidade do resultado? A torre será o edifício o mais elevado jamais construído pelo homem - não será conseqüentemente grandioso também, de sua maneira? Por que o que é admirável no Egito irá se tornar medonho e ridículo em Paris? Eu procurei uma resposta, e devo confessar não encontrei nenhuma.”
Os amantes da natureza pensaram que a torre interferiria com o vôo de pássaros sobre Paris. Mas a torre Eiffel foi admirada por Rousseau, por Utrillo, por Chagall, e por Delaunay. Quase foi demolida em 1909 quando expiraram os 20 anos de seu aluguel, mas acabou sendo conservada por causa de sua antena - usada para a telegrafia naquele tempo. A partir de 1910 transformou-se em parte do serviço internacional do tempo. O rádio francês (desde 1918), e a televisão francesa (desde 1957) igualmente empregaram sua estrutura.
Vejam algumas fotos de nossa visita à Tour Eiffel, o dia estava radiante:


Paris: La Tour Eiffel... quelques images from Alexander Gromow on Vimeo.


O fundo musical é um dueto composto eletronicamente em 1997, com Édith Piaf falecida em 1963, e Charles Aznavour, fazendo a segunda voz no dueto, obviamente, ambos cantam a linda música: "Plus bleu que tes yeux".
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Gustave Eiffel (1832 – 1923)
Nascido em 15 de dezembro de1832 em Dijon, Gustave Eiffel era um engenheiro e um construtor excepcionalmente dotado. Graduou-se na prestigiosa Ecole Centrale de Paris. Sua carreira extraordinária foi marcada em 1876 pela construção da ponte do Pia de Maria sobre o rio Douro em Portugal, depois pelo Viaduct de Garabit no centro da França em 1884 e pela estação central de Budapeste na Hungria. Foi responsável pelas estruturas do metal do armazém de Bon Marché e do banco de Crédit Lyonnais em Paris, e a cúpula do observatório de Nice, e, sobretudo, pela impressionante estrutura interna da Estátua de Liberdade de Frederic Bartholdi em 1885. A construção da torre Eiffel em 1889 foi sua realização culminante. Sua carreira como um empreendedor viria ao fim com a falha do projeto do Canal de Panamá. Desde então, devotou seu tempo a gerir a torre e às diferentes experiências na área da resistência de ar, na observação da meteorologia e especial na instalação de uma antena gigante para as primeiras transmissões de rádio. Certamente, é por causa destas experiências que a torre Eiffel ainda está em pé, desde que foi construída inicialmente para durar somente 20 anos!

sábado, 1 de novembro de 2008

Paris : Place des Vosges…

A Place des Vosges e a mais antiga praça de Paris e é uma das praças mais lindas do mundo.

A história da Place des Vosges remonta a 1604 quando o rei Henrique IV construiu um pavilhão real na extremidade do sul desta praça. O edifício foi projetado por Baptiste du Cerceau. O rei encomendou todos os 35 edifícios restantes que delimitam a praça para seguir o mesmo projeto. O resultado, um exemplo antigo de planejamento urbano, é uma praça simétrica cercada por edifícios com fachadas em tijolo vermelho e pedras brancas, telhados de ardósia íngremes e janelas de mansardas, todos construídos sobre arcadas. 

Antes do século XVII, outro edifício proeminente ocupou a extremidade norte da praça: o “Hôtel de Tournelles”. Este edifício grandioso foi construído em 1388 e serviu como uma residência para a família real até 1559, quando o rei Henrique II foi severamente ferido durante um torneio realizado no local. Ele morreu dez dias mais tarde no Hôtel de Tournelles. Sua esposa, Catherine de Medicis, mandou demolir o edifício e mudou-se para o Louvre.

A praça foi inaugurada oficialmente em 1612 como o “Place Royale”. Naquele tempo meramente um gramado, era um lugar favorito para duelos. Em 1639 o Cardinal Richelieu mandou erigir uma estátua eqüestre do rei Louis XIII no centro da praça. Ela foi destruída durante a Revolução Francesa, mas uma estátua nova do rei Louis XIII foi instalada em 1825. 

Em 1800 Napoleão mudou o nome da praça de “Place Royale” para “Place des Vosges” para mostrar sua gratidão perante o departamento de Vosges, o primeiro departamento na França a pagar impostos. A praça, porém, foi rebatizada outra vez de “Place Royale” em 1815, simplesmente para ser mudada outra vez para “Place des Vosges” em 1870. 

Muitos franceses famosos viveram aqui, entre eles o Cardinal Richelieu e Victor Hugo. O Cardinal Richelieu, que se transformou primeiro ministro da França em 1624, viveu no número 21 de 1615 a 1627. Victor Hugo, autor de “O Corcunda de Notre Dame” viveu no segundo andar do número 6, o “Hôtel de Rohan-Guéménée”, entre 1832 e 1848. A casa, chamada agora “Maison de Victor Hugo” foi transformada em um museu, no qual se podem visitar os quartos onde Victor Hugo escreveu a maior parte de “Les Misérables”. Na exposição estão as lembranças, os desenhos e os livros, tudo em ordem cronológica, desde sua infância a seu exílio entre 1852 e 1870. 

A Place des Vosges atualmente é um lugar calmo, um agradável parque central cercado por arcadas com lojas e cafés. Esta situado no distrito histórico de Marais, no 3 arrondissement (distrito), não longe da Place de la Bastille.

Estivemos lá, desta vez, num domingo à tarde, a paz era total...



Paris : Place des Vosges… from Alexander Gromow on Vimeo.

Fundo musical: La Vie en Rose tocada de uma maneira genial ao violão por Per-Olov Kindgren. 


Paris : Sacre Cœur… La vision à partir du dessus de la colline.

A Basilique du Sacré-Cœur (Basílica do Sagrado Coração) é uma igreja católica romana e um marco familiar em Paris, situada no ponto o mais elevado da cidade em Montmartre.

Desde dias os mais antigos, Montmartre foi um lugar de culto: os Druidas, os Gauleses, templos dos Romanos dedicados aos Deuses Marte e Mercúrio; a igreja de São Pedro reconstruída perto do Abadia Real de Montmartre no século XII pelo rei Louis VI e sua esposa Adelaide de Sabóia; finalmente o Sagrado Coração erigido no fim do século XIX. 
Até hoje este lugar não abandonou sua tradição. Deus certamente está lá!

O local da basílica do 19º século é associado tradicionalmente à decapitação de Saint Denis patrono da cidade, no 3º século. De acordo com a lenda o Bispo Denis, depois de martirizado, pegou sua cabeça cortada e a carregou por diversas milhas rumo ao norte onde se localiza hoje a cidade de Saint Denis. O monte depois foi o local de uma grande Abadia Beneditina, que acabou sendo destruída na Revolução Francesa.

Depois de a França ter sido derrotada pelos Prussianos em 1870 na guerra Franco-Prussiana e suas conseqüências, depois da Comuna de 1871, a basílica foi planejada como oferecimento de expiação e um voto de confiança para curar os infortúnios da França. 

A Basilique du Sacré-Coeur foi projetada pelo arquiteto Paul Abadie num estilo arquitetônico Romanesco-Bizantino. Sua pedra fundamental foi colocada em 1875. A basílica não foi terminada antes de 1914 e foi aberta oficialmente como igreja em 1919, após o fim da Primeira Guerra Mundial. 

A visita a Sacré-Coeur foi muito bonita, o dia estava lindo e as imagens mostram isto:



Paris : Sacre Cœur… La vision à partir du dessus de la colline. from Alexander Gromow on Vimeo.

O fundo musical é a música Sous Le Ciel de Paris executada por um virtuose do acordeon: Eddy Jay.  


Paris : La Madeleine… Un temple grec ou une église ?

O templo grego ao norte da Place de la Concorde é conhecido como “La Madeleine” ou '”L' église de St-Marie-Madeleine”.

O local deste edifício, centrado no final da Rue Royale, na linha de vista entre os hotéis gêmeos Gabriel localizados na Place de la Concorde, exigia uma terminação apropriadamente monumental ao tempo em que a praça foi estabelecida em 1755, como Place Louis XV. A povoação em volta do local foi chamada de Ville l' Évêque (Povoado do Bispo), porque tinha pertencido ao bispo de Paris desde a época de Philipe II da França, quando em 1182 o Bispo Maurice de Sully desapropriou a sinagoga que estava naquele local e consagrou-o uma igreja dedicada a Maria Madalena. O local no faubourg (periferia suburbana) tinha sido anexado à cidade de Paris desde 1722.

Foram feitas duas primeiras tentativas frustradas ao tentar construir uma igreja neste local. A reconstrução da velha igreja consagrada à Maria Madalena também foi considerada. O primeiro projeto, foi comissionado em 1757, com a construção tendo sido iniciada com a cerimônia da colocação da pedra fundamental pelo rei em 3 abril 1763, e foi interrompida em 1764. 

Esse primeiro projeto, elaborado por Pierre Contant d' Ivry, foi baseado no projeto elaborado por Jules Hardouin-Mansart para a igreja em estilo barroco aplicado em Les Invalides, com uma abóbada que supera uma Cruz Latina. Em 1777 Contant d' Ivry morreu e foi substituído por seu pupilo Guilhaume-Martin Couture, que decidiu começar tudo de novo, mandou demolir a construção incompleta, encurtou a nave, baseando seu projeto novo mais centralizado no panteão romano. 

No início da Revolução Francesa, entretanto, somente as fundações e o pórtico grande tinham sido terminados; o coro da antiga igreja havia sido demolido em 1797, mas o trabalho foi interrompido enquanto o debate a respeito da finalidade para a qual o eventual edifício poderia servir na França revolucionária cozinhava em fogo brando. Foram sugeridos: uma biblioteca, um salão de baile público ou um mercado. 

Entrementes, a Assembléia Nacional foi abrigada no Palais Bourbon situado atrás de uma fachada com colunas inspirada pelo pórtico terminado na extremidade distante da antiga Rue Royale. Ou seja, havia um eixo ligando as duas pontas e uma já estava com uma construção tipo templo grego pronta. Isto certamente influenciou na decisão da escolha do estilo da construção que hoje conhecemos como La Madeleine.

A construção parou durante a Revolução Francesa até 1806 quando Napoleão decidiu construir um templo em honra de seu exército. Ele nomeou Pierre-Alexandre Vignon que demoliu a estrutura, contudo começou outra vez com a construção de um templo no estilo Neoclássico que foi inspirado na “Maison Carée”, um templo antigo situado em Nîmes, um dos melhor preservados de todos os templos romanos da Europa.

Com a construção do Arc du Triomphe, que honrou o exército francês, o novo templo procurava uma função nova. Algumas das sugestões incluíram usar o templo como um parlamento, um banco ou mesmo uma estação de estrada de ferro. Finalmente, em 1842 o edifício foi consagrado como uma igreja, uma função que ainda persiste hoje.

O projeto da Madeleine inclui nada menos que 52 colunas coríntias que envolvem o templo, cada uma delas com vinte metros de altura. Na parte dianteira, as colunas são cobertas com um friso com esculturas. Os baixo-relevos nas portas de bronze são de autoria de  Henri de Triqueti e representam os dez mandamentos. 

Conforme comentado a fachada deste templo atua como um grande contrapeso arquitetônico à fachada de colunas do Palais Bourbon situado no fim da linha de vista, depois da Place de la Concorde do outro lado do Rio Sena. 



Em seu interior, atrás do altar encontra-se uma grande estátua que descreve a ascensão de Maria Madalena. Ela foi construída em 1837 por Charles Marochetti. A igreja igualmente vangloria-se de um órgão de tubos, construído por Cavaillé-Coll em 1846. O órgão ainda é usado para concertos e missas hoje em dia.

A Igreja da Madeleine é afiliada a uma Abadia Beneditina, e as missas e os casamentos são os mais elegantes em Paris e continuam a ser celebrados.

A igreja de Madeleine fica situada na Place de la Madeleine, perto do Palais Garnier e da Place de la Concorde.

Depois de várias visitas à Paris, finalmente foi possível conhecer o interior desta intrigante igreja sem janelas. Algo diferente, pois somente existem algumas clarabóias no teto, as paredes são fechadas, não é um local para quem sofra de claustrofobia...
As estátuas que decoram esta igreja são muito bonitas, um trabalho de excelente qualidade. Vejamos como foi a visita:



Paris : La Madeleine… Un temple grec ou une église ? from Alexander Gromow on Vimeo.

O fundo musical traz o órgão de tubos desta igreja tocado por uma brasileira, Domitila Ballesteros, que executa a Fuga in g BWV 542 de Bach.